domingo, 25 de julho de 2010

*Como manipular os fitoterápicos.




MANIPULAÇÃO DOS FITOTERÁPICOS

As quantidades de ervas na manipulação dos chás devem ser cuidadosamente respeitadas.
Tabela de equivalências.
1 colher de café =
2 gramas
1 colher de sopa=
5 gramas
1 xícara de café= 50 ml
1 xícara de chá= 100 ml
.

PREPARAÇÃO DO CHÁ
Coloca-se a erva em uma vasilha tampada com água e leva-se a fogo para ferver por alguns minutos. Após a fervura, retirar do fogo, mante-la tampada por alguns minutos e estará pronta para tomar.

PROCESSO DE PREPARAÇÃO DO CHÁ.
Infusão: coloca-se a erva num recipiente e despeja-se sobre ela água fervendo. Tampa-se o recipiente por cerca de 5 a 10 minutos, após o que coa-se e toma-se o chá antes que esfrie.
A quantidade de erva varia conforme a espécie. Em media 5 gramas por cada 100ml de água. Este método é utilizado para folhas e flores.
Devem-se utilizar de preferência vasilhames de vidro ou então de cerâmica. Não utilizar vasilhames de alumínio.
O chá produz efeito ativo por um período máximo de 10 horas, apos este período os seus componentes ativos se volatizam, perdendo o efeito medicinal.
Utilizar somente água pura na feitura dos chás.

Decocção: a planta é colocada em água fria e fervida em vasilhame devidamente fechado durante 10 a 20 minutos dependendo do tipo de planta.
Esta forma é indicada principalmente para raízes, cascas, sementes e folhas mais resistentes. Estes componentes  antes da fervura devem ser cortados em pedaços pequenos ou  amassados para que produza melhores resultados.

Maceração: consiste em deixar a planta de molho em água fria por até 24 horas ou mais em temperatura ambiente.
Podem também ser utilizados o álcool, vinho, aguardente e óleo.
Quando preparado o medicamento em água, deve ser utilizado no mesmo dia para que não perca seus princípios ativos.
Quando utilizado outros componentes como o álcool, vinho, aguardente ou óleo, a durabilidade dos princípios ativos pode ser superior a mais de um ano.
A maceração é um excelente processo para obtenção do principio ativo em toda a sua integridade.
As doses de ervas a serem utilizadas variam muito, podendo-se utilizar em média: para folhas secas, 4 colheres de sopa para cada litro de água, para folhas frescas, 8 colheres de sopa para cada litro de água. para raízes e cascas até 4 colheres de sopa para cada litro de água.

APLICAÇÃO E USO EXTERNO DAS ERVAS.
Pode ser utilizado quente, morno ou frio.

Cataplasma de ervas frescas : aplicar  as folhas diretamente na parte lesada.

Cataplasma de ervas secas: colocar as folhas após breve aquecimento com água em um saco de tecido limpo e aplicar no local lesado.

Cataplasma em pasta:  ervas frescas - amassar e socar as ervas até a formação de uma papa e aplicá-las diretamente ou envolvida em um pano na parte lesada.

Cataplasma em pasta:  ervas secas – amassar e socar as ervas em um pouco de água quente ou fria  ate a obtenção de uma papa e aplicar envolvida em um pano na parte lesada.
Papa :  usar um aglutinante com farinha ou argila medicinal, misturar a papa às ervas e aplicar na parte lesada.

Cataplasma quente :  cozinhar uma quantidade  maior de  erva, utilizar de 3 a 4 vezes a quantidade normal para obter-se uma solução bem forte, colocar em um recipiente grande e com um pano limpo, medrá-lo  na solução e aplicar sobre a parte lesada. Deve-se ter cuidado com a temperatura do cataplasma para não queimar a pele.
O uso de argila medicinal em cataplasma é mais eficaz, pois ela atua na dilatação dos poros  trazendo um alivio imediato.

Inalações: prepara-se uma infusão quente  da  erva na dosagem normal ou forte e ainda quente  colocar num local seguro, utilizar um funil de papel ou uma toalha, cobrir a cabeça do paciente e o recipiente com a solução, levar o rosto o mais próximo possível do recipiente, respirar o vapor de uma forma suportável para que todo vapor entre pelas narinas direto ao aparelho respiratório.
Utilizar por 10 a 20 minutos.

Gargarejos e bochechos : usar a planta através de chá, sumo ou tintura, diluída em água, varias vezes ao dia. Indicado nos casos de afta, inflamações da garganta, gengivites e outras afecções orais da boca ou garganta.

Suco fresco: bater a erva em um liquidificador, adicional água e beber. Esse processo permite a utilização da planta aproveitando todos os seus princípios ativos.

Ungindo : misturar a tintura ou sumo da planta em um recipiente com azeite, óleo, gordura vegetal, ou lanolina e aplicar a frio. Renovar a aplicação do ungindo de 2 a 3 vezes ao dia.

Lavagem e irrigação : indicado para aplicação intestinal ou vaginal. Preparar a infusão da planta, coar com  um pano limpo ou papel de filtro, introduzir o liquido através de um irrigador apropriado, como um clister ou uma ducha vaginal.

Banhos : os banhos podem ser utilizados por infusão ou por decocção concentrada, ou ainda  utilizando saquinhos de ervas em imersão na água de banho. Utilizar para o banho uma banheira ou uma bacia. Os banhos podem ser por imersão de tronco, de assento, etc.

Predilúvio – Escalda-pés : coloca-se água bem quente (suportável)
num recipiente e colocar os pés dentro do recipiente. Molhar as pernas dos joelhos para baixo constantemente enquanto a água estiver quente. Pode-se alternar com água fria e quente.


PREPARAÇÃO DE TINTURAS
A tintura simples é preparada com apenas um tipo de erva e a tintura composta com vários tipos de ervas.
As ervas podem ser utilizadas frescas ou secas diluídas em álcool
próprio para uso medicinal.

Diluição
Plantas frescas : 200 gramas de erva para um litro de álcool e água
usando 80% de álcool e 20% de água pura e fervida.
Plantas secas : 100 gramas de erva para um litro de álcool e água
usando 70% de álcool e 30% de água pura e fervida.

O álcool ideal para uso em tinturas e o álcool de cereais ou o álcool neutro adquirido em farmácias ou drogarias e a água se possível destilada.

Manipulação: colocar o álcool em um recipiente de vidro, acrescentar as ervas, tampar  e deixar no mínimo 15 dias de maceração. Quanto mais tempo de maceração melhor é a obtenção da tintura. O frasco deve ser escuro e ficar sempre em um lugar fresco ao abrigo da luz solar. Apos o período de maceração, acrescentar a água, deixar por mais alguns dias e fazer a filtragem da solução usando um coador de pano bem limpo ou filtro de papel.  Levar o produto final para um recipiente de vidro escuro, devidamente esterilizado e tampado. Manter sempre a solução ao abrigo da luz solar, pois os raios solares podem oxidar o produto.
Observando todos os cuidados, a tintura terá um prazo de validade indeterminado.
De uma forma geral usar 20 gotas da tintura diluída em água pura e tomar 3 vezes ao dia.

PREPARAÇÃO DE POMADAS
Deve ser empregado somente em uso externo.
Quando usado a erva em tintura é desnecessário o uso de conservante, de outra forma pode-se adicionar algumas gotas de própolis como conservante.
Formula : 2 partes de lanolina, 2 parte de vaselina farmacêutica, 2 partes de tintura. Utilizar apenas um tipo de erva em cada formula de pomada. Misturar bem ate obter-se uma mistura homogênea. O produto deve ser armazenado em recipiente próprio devidamente esterilizado .

PREPARAÇÃO DE XAROPES
Composto a base de solução aquosa contendo sacarose (mel) e substancias medicamentosas.
Formula e preparo : colocar aos poucos o mel numa panela própria, não de alumínio,  mexer até ficar com uma boa viscosidade semelhante à de um xarope. Ferver em fogo médio em agitação, retirar a espuma que formar. Acrescentar aos poucos a tintura da erva, continuar em agitação. Tampar, deixar ferver em fogo brando por alguns minutos ate a  tintura aderir à calda de mel. Apos a fervura, retirar do fogo, destampar, deixar esfriar e envasar em um pote devidamente esterilizado. Tampar apenas quando o medicamento estiver completamente frio.

VINHOS MEDICINAIS
Composto a base de vinho e substancias medicamentosas.
Formula e preparo: usar vinho puro; tinto para dissolver medicamentos de principio tonico ou adstringente e vinho branco para medicamente de principio diurético.
Adicionar de 5 a 10 gramas  da erva bem seca, limpa e picada para cada 100 ml de vinho. Deixar macerar por 10 a 15 dias em recipiente escuro, tampado, ao abrigo da luz. Filtrar, conservar  o frasco em temperatura ambiente ao abrigo da luz. Tomar um cálice ao dia ou mais dependendo da indicação terapêutica

ALGUMAS DICAS NO USO DE ERVAS.
Para melhor obtenção dos princípios ativos das ervas, devemos proceder da seguinte maneira.

Folhas : usando um objeto cortante, retirar direto da arvore ou arbusto as folhas mais saudáveis. Nunca recolher as folhas caídas no chão, pois não são próprias para uso.
Primeiramente lavá-las em água corrente, apos a lavagem na primeira água, colocá-las em uma vasilha com água pura e detergente domestico neutro e sem aroma.
Usando uma bucha de espuma, nunca abrasivos, esfregar sobre os lados das folhas para retirar toda a poeira e impurezas existentes.
Feito a lavagem, levar novamente à água corrente para enxaguar retirando todo o detergente contido nas folhas.
Feito, secar com um pano limpo. Após a secagem, colocar um pano
branco de preferência, sobre uma superfície, nunca o chão, espalhar as folhas já devidamente lavadas e cobrir todas as folhas com outro pano branco.
Os panos devem cobrir totalmente as folhas para protegê-las da poeira e da ação direta do sol.
O ideal é que esta secagem seja feita direta ao sol com devidos cuidados.
Usando estes recursos, você desidrata as folhas com muito mais  facilidade mantendo a cor das folhas (clorofila) e obtendo todos os princípios ativos das ervas.

Cascas: usando objeto cortante, retirar direto da arvore a casca observando alguns cuidados.
A casca das arvores é como se fosse uma pele que protege o tronco
da ação natural e de predadores. Todo o cuidado deve ser tomado para não prejudicá-la no futuro. A Amoreira é uma das arvores mais sensíveis na extração da casca, em alguns casos pode até exterminá-la.
Procurar alguns galhos mais grossos, e se for no tronco, tirar com muito cuidado e sem exagero.
Apos a retirada da casca, proceder a lavagem da mesma forma que foi feito com as folhas trocando apenas a bucha de espuma por uma escova para lavar bem a superfície externa da casca.
Na secagem, apos as raízes bem secas, cortá-las em pedaços pequenos e proceder como nas folhas.

Raízes: usando uma cavadeira, retirar e cortar as raízes próximas ao tronco observando sempre alguns cuidados.
A lavagem dever ser feita da mesma maneira como foi feito na casca porem, com maior atenção e cuidado, retirando as pontas da raiz que foram feridas na retirada, usando sempre uma escova para uma boa limpeza.
A secagem é feita da mesma forma como na casca.

A casca e a raiz, dependendo do tipo de arvore podem levar mais de um dia para secagem total. Repetir a secagem até que haja uma desidratação total. Quando secos, observar bem se estão totalmente desidratados, pois qualquer folha, casca ou raiz que for armazenado sem os devidos cuidados pode comprometer a qualidade da erva ou ate desenvolver algum tipo de fungo.

O armazenamento deve ser feito em vidro esterilizado, devidamente tampado e em lugar arejado.

Achiles Holanda









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